Durante a I Semana pelo Meio Ambiente realizada entre os dias 5 a 9 de agosto de 2013, visitamos alguns pontos importantes do nosso município, a saber, Ribeiro, Pereira, Pecuara, Pedreira (atual Lixão), Antigo Lixão, Loteamento dos Coqueiros, Fazenda Igrejinha. Durante estas visitas alunos e professores ficaram chocados com os problemas ambientais encontrados nestas localidades.
A escola tem a função de formar cidadãos críticos e participativos na sociedade, partindo deste pressuposto os alunos foram orientados a construir uma Carta pelo Meio Ambiente dirigida aos Vereadores e Prefeito do município de Crisópolis-BA para que sejam tomadas as devidas providências com relação a situação sinalizadas durante as visitas. Segue abaixo a carta dos alunos dos turnos matutino e vespertino.
CARTA
PELO MEIO AMBIENTE
Excelentíssimo
Sr. Prefeito,
Ilustríssimos
Vereadores,
Neste mês de agosto, nossa escola
realizou a I Semana pelo Meio Ambiente, a fim de participar da IV CNIJMA – Conferência
Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Nessa oportunidade, para conhecer melhor
a nossa realidade ambiental, visitamos os pontos mais importantes do município e
pudemos perceber que temos um grande problema a resolver para melhorar a vida
em nossa cidade.
Por isso estamos aqui, os
alunos da Escola Municipal Prof. Edgard Santos, para relatar a situação ambiental
observada em Crisópolis:
Logo na saída da escola, encontramos
na praça principal da cidade – Praça Antônio Conselheiro – muitos pássaros
presos em gaiolas, e como estudantes que somos, temos conhecimento de que
aprisionar animais silvestres é um grave crime ambiental.
Visitamos a Pecuara, que dá
acesso à Igrejinha. Os moradores antigos da região contam que a Pecuara já foi
local aonde as pessoas iam para lavar, tomar banho e pescar para se divertir,
porém a nossa geração só conhece esse lugar na imaginação! Nesse espaço que já
foi lindo, encontramos muita poluição e quase nenhuma água. Lá são jogados
sacos plásticos, sapatos velhos, garrafas e até fezes.
As fontes de Ribeiro e
Pereira precisam urgentemente de limpeza. No Ribeiro, para nossa surpresa,
encontramos a mata depredada e a água poluída. Dentro da fonte havia chinelos,
garrafas e outros objetos. Já na mata, além de lixo como garrafas pet e de água
sanitária, observamos várias árvores derrubadas. O Ribeiro era um local onde a
comunidade pegava água para lavar roupa, cozinhar, tomar banho, e hoje sabemos
que há muitas pessoas que ainda dependem dessa fonte de água, mesmo que contaminada.
Quanto ao Pereira, que também já foi espaço para banho, lazer e contemplação,
hoje serve de espaço para banho de carros e animais, tornando o espaço
impróprio para uma simples visitação.
É importante lembrar que o
Ribeiro e o Pereira foram fundamentais para o abastecimento de água da
população durante o longo período de seca que o nosso município enfrentou. Foi
desses dois locais que carros pipas retiraram milhares de litros de água e venderam
a agricultores e pecuaristas da nossa região. Agora surge o seguinte
questionamento: se não houver ações de revitalização dessas fontes de água,
como enfrentaremos um novo período de estiagem?
Visitamos a Pedreira, que
atualmente funciona como Lixão, e vimos que há homens catadores de lixo trabalhando
sem nenhuma proteção, correndo grande risco de pegar sérias doenças. Vimos
também que não há reciclagem dos materiais depositados lá e que bem perto há
plantações de milho, que podem ser contaminadas, o que demonstra que a
atividade do cuidado do lixo precisa ser o quanto antes regulamentada em nosso
município.
O antigo lixão ainda requer
cuidados, pois mesmo depois de ter crescido a vegetação, os moradores –
habituados à antiga situação – ainda jogam lixo no local. Acerca disso, gostaríamos
de saber se há algum projeto da Secretaria de Meio Ambiente para recuperação
desta área.
No Loteamento dos Coqueiros,
na Avenida Luiz Eduardo Magalhães, a situação está precária: além de não ter
lugar adequado para coleta do lixo, as crianças e demais moradores de lá
convivem com esgoto a céu aberto, podendo contrair doenças que podem até causar
morte.
Quanto ao Centro, a situação
em vários pontos de nossa cidade é preocupante, pois não há lixeiras suficientes
e o lixo está se expandindo, atraindo insetos e podendo transformar-se em
doenças, prejudicando o solo e as fontes de água, entupindo bueiros e alagando
a cidade até em momentos de pequenas chuvas. O fato da população não ter uma
consciência ecológica e jogar lixo nas ruas, praças e vias públicas a nossa
cidade fica com uma aparência feia e suja.
Acreditamos que a situação
ambiental da nossa cidade poderia melhorar, e trazemos algumas ideias para
contribuir com isso.
Para reduzir o lixo nas
ruas, sugerimos colocar lixeiras indicando o tipo de lixo que deve ser colocado
em cada uma, para que possa ser feita a devida separação do material coletado
(papel, plástico, vidro, metal e orgânico).
Além disso, sugerimos que os
materiais recicláveis coletados sejam encaminhados para uma empresa de
reciclagem e os restos de vegetais sejam aproveitados para a produção de adubo
orgânico, que pode ser vendido e revertido em recurso financeiro para as escolas.
Solicitamos também que seja
dada maior atenção às condições dos funcionários que trabalham na coleta do
lixo, pois muitos deles trabalham sem luvas, máscaras e outas formas de
proteção adequadas, podendo contrair várias doenças.
Precisamos de uma ajuda
especial para conseguir que a população de Crisópolis aprenda a cuidar da nossa
terra, que é um dos bens mais valiosos que temos. Assim, consideramos ainda ser
indispensável uma ação educativa ambiental a ser realizada entre todos os
cidadãos crisopolenses, pois apenas a educação é capaz de transformar as
mentalidades e os hábitos da sociedade.
Desse modo, solicitamos ainda que sejam acionados os
órgãos competentes para um trabalho ambiental efetivo, capaz de solucionar ou
quando não for possível, minimizar ao máximo esses problemas que podem ser
facilmente observados em todo o município.
Entendemos que é nosso
compromisso cuidar e preservar o que é nosso. Por isso, lançamos as sementes e
contamos com a vossa colaboração para podermos melhorar a saúde ambiental de
nossa cidade, contribuindo para a qualidade de vida e o bem-estar de todos os
crisopolenses e para a sustentação ambiental do nosso planeta.
Desde já, muitíssimo
obrigado,
Escola Municipal
Prof. Professor Edgard Santos
CARTA PELO MEIO AMBIENTE
Excelentíssimo
Sr. Prefeito,
Ilustríssimos
Vereadores,
Nós, alunos da Escola Municipal Professor
Edgard Santos, do turno vespertino, estamos aqui, representando todos os nossos
colegas.
Engajamo-nos na I Semana pelo Meio Ambiente,
idealizada pela nossa escola como etapa preparatória para a I Conferência Infanto-juvenil
pelo Meio Ambiente, e através desta foi possível realizar alguns levantamentos
do meio ambiente e da água no município de Crisópolis.
Visitamos o Ribeiro e o Pereira, mas
infelizmente, o que vimos foi degradação, desmatamento da mata ciliar, poluição
das águas, depósito de fezes, de vidro e muita sujeira. Outro local que precisa
de muita atenção é a Pedreira, que atualmente funciona como Lixão. Lá,
encontramos uma paisagem modificada pelo acúmulo de lixo e sacolas plásticas
que foram disseminadas nas propriedades locais, causando preocupação para os
produtores e criadores de animais. Além disso, detectamos que as pessoas que
trabalham catando lixo, manipulam resíduos sólidos no local sem nenhum
equipamento de segurança.
Ressaltamos ainda, que no Povoado de
Igrejinha, as pessoas tomam água salobra e para agravar o problema da
comunidade, o abastecimento não é feito todo dia. Há nessa localidade as
cisternas implantadas pelo governo do estado em parceria com a Articulação no
Semiárido Brasileiro (ASA), porém alguns moradores não fazem corretamente a
limpeza das mesmas, usam cloro e filtro nos canos, entretanto será que esse
procedimento é suficiente e adequado para evitar doenças causadas por água
contaminada?
Senhores, estamos preocupados! Nossos
recursos hídricos são escassos. Não temos florestas! Com tantos problemas
sinalizados por nós, e, em tão pouco tempo, é claro e evidente que o Poder Público
não tem se esforçado em amenizar e/ou resolver os problemas ambientais do nosso
município, uma vez que não há uma política pública direcionada ao combate desta
problemática. Porém se nada for feito, pagaremos um preço muito alto e
irreparável. Em pleno século 21 e com tantas conferências ambientais acontecendo
em todo mundo não podemos ficar parados achando que estamos a salvo dos males
que estão sendo evidenciados a todo instante: falta d´água, seca, aumento de temperatura
e falta de alimento.
É preciso que a população local, tome ciência
dessa situação e seja antes de tudo, conscientizada dos problemas ambientais do
município de Crisópolis. Precisamos mudar de atitude! Como podemos fazer isso?
A prefeitura em parceria com todas as
comunidades podem resolver em longo prazo esses problemas: Conscientizar a
população sobre o uso adequado da água; Revitalizar a fonte do Ribeiro e do
Pereira, e criar mecanismos de controle e monitoramento destas áreas
contribuindo para a preservação do meio ambiente; Fazer a coleta seletiva do
lixo e implantar empresa de reciclagem para o reaproveitamento do lixo e
geração de emprego e renda para os munícipes, convertendo o dinheiro em prol de
programas ambientais do município; Elaboração de projetos ambientais em
parceria com as escolas e com as secretarias local e estadual; Revitalizar as
margens do Rio Itapicuru com a colaboração dos proprietários daquela região; Implantar
programas em parceria com a Secretaria de Saúde e Embasa para o tratamento da
água usada para o consumo nas comunidades rurais; Instalar mais lixeiras nos
locais de maior acesso da população nos locais urbanos; Conscientizar a
população através de programas de rádios e outros veículos de comunicação; Reflorestar
áreas degradadas do muncípio;
Precisamos entender que uma gota d’água é a
esperança do planeta Terra!
Crisópolis-BA, 26 de agosto de 2013.
Escola Municipal Professor Edgard Santos
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